A comunidade Apiwtxa, do povo Ashaninka do Rio Amônia, no Acre, realiza o monitoramento constante do seu território. No ano de 2021 já foram realizadas diversas expedições aos rios e pontos estratégicos da Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, além da articulação com comunidades do entorno, como parte do processo de gestão da território
Recentemente, um grupo liderado pelo presidente e vice-presidente da Associação Apiwtxa, Wewito Piyãko e o Moisés Piyãko, esteve no Igarapé Amoninha para vistoriar a região, afluente do Rio Amônia, que segue até a fronteira do Brasil com o Peru.
“A gente sempre realiza essa ação, pois já aconteceu de passarmos um tempo sem vir, confiados de que não havia invasão, e quando viemos nos deparamos com invasões por partes do Peru”, observa Moisés Piyãko. O monitoramento é realizado com frequências, em intervalos curtos de um para o outro, várias vezes ao ano. Vigiar o território é uma prática do povo Ashaninka, a fim de proteger o local.
Atualmente, o risco de entrada ilegal no território aumentou, devido à aproximação da estrada, do lado peruano, UC-105, que já invadiu a Comunidade Nativa de Sawawo Hito 40, povo Ashaninka vizinho da Apiwtxa, ao longo do Rio Amônia, no Peru. Segundo relatos e imagens via satélite, diversas famílias estão ocupando a estrada e desmatando áreas para extração de madeira e plantio diversos.
A atividade tem apoio do projeto Nossas Futuras Florestas – Amazônia Verde, uma parceria da Apiwtxa com a Conservação Internacional (CI Brasil). O projeto Nossas Futuras Florestas – Amazônia Verde está trabalhando para conservar até 12% da Amazônia (cerca de 73 milhões de hectares) até 2025. Apoiado pelo governo francês, o projeto é uma das prioridades de conservação da Aliança para a Proteção das Florestas Tropicais, uma iniciativa para a proteção, restauração e manejo sustentável das florestas tropicais.