As atividades do Projeto de Piscicultura na Aldeia Apiwtxa, promovido pelo povo Ashaninka, estão a todo vapor. Após terem construído açudes e reformado os mais antigos, no ano passado, a Associação Apiwtxa começou 2022 realizando um levantamento e diagnóstico dos espaços de piscicultura.
O mapeamento das áreas produtivas vai nortear o trabalho de criação dos peixes, de maneira sustentável, para que nada seja desperdiçado. O projeto visa promover a sustentabilidade e segurança alimentar do povo Ashaninka da Terra Indígena Kampa do Rio Amônia.
O trabalho de mapeamento e diagnóstico contou com a consultoria do técnico em Piscicultura, Aluilson Cordeiro, que em janeiro realizou a consultoria na Apiwtxa. “Foi uma troca muito positiva, pontuamos o que era necessário fazer nesse primeiro momento, como a limpeza dos açudes, por exemplo”, destacou o técnico.
A consultoria técnica segue no mês de fevereiro, período em que será realizada uma capacitação focada na produção do pescado. Os Agentes Agroflorestais da Apiwtxa também estão acompanhando o trabalho realizado.
Francisco Piyãko, uma das lideranças da comunidade, explica que este projeto faz parte de uma tradição do povo Ashaninka da Aldeia Apiwtxa de buscar a recuperação e manutenção do seu território. Com a população da TI aumentando, o povo percebeu a necessidade de implementar alternativas na alimentação, como a criação de peixes, tanto para garantir a segurança alimentar, como para dar um descanso à fauna local.
“Não podemos de maneira nenhuma descuidar, pois o peixe é um alimento muito importante para nosso povo. Esses açudes podem atender nossa comunidade por pelo menos 20 anos, e vindo, quem sabe, a contribuir para um comércio externo, ajudando comunidades no entorno”, explica Francisco. “É uma questão de todos os povos que moram na região e dependem desse rio, dos lagos e da floresta. A gente precisa trabalhar para que nossas comunidades tenham condições de ter alimento suficiente para nossa vida”, finaliza.