Uma das vertentes de investimentos da comunidade Apiwtxa do povo Ashaninka do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, Acre, é a capacitação e formação dos indígenas, focada no fortalecimento de suas instituições, a exemplo da Cooperativa Ayõpare e da Associação Apiwtxa.
A parceria da comunidade Apiwtxa com a Conservação Internacional (CI Brasil), por meio do projeto Nossas Futuras Florestas – Amazônia Verde tem resultado em importantes benefícios ao povo Ashaninka. Os consultores Marina Jardim, Eduardo Borges, o Cazuza, destacam como tem sido desenvolver parte destas atividades.
“Estamos trabalhando com três ações: organização administrativa da cooperativa e da associação, capacitação em informática e a introdução de um Plano de Negócios. Mas, vale salientar que esse projeto abrange muitas outras áreas, é ainda mais amplo no que tange a comunidade”, explica a consultora Marina Jardim. Recentemente, foi desenvolvida na comunidade a capacitação em informática.
Além disto, os Ashaninka estão se organizando para inaugurar, ainda este ano, a fábrica de beneficiamento de polpas de frutas, com produtos que são plantados e colhidos na própria comunidade, servem de base para a segurança alimentar da aldeia e também passarão a ser comercializados no mercado, com apoio do projeto Amazônia Appeal, também em parceria com a CI Brasil.
Cazuza explica como tem se dado o trabalho de consultoria. “A comunidade tem uma associação e uma cooperativa, então, a ideia da nossa vinda aqui é de ajudar a trabalhar a forma de fortalecer a gestão dessas duas organizações. Como eles podem melhorar o controle das suas metas, funções e objetivos, o material que tem, no caso a cooperativa, os estoques de produtos que são comercializados, por exemplo. A gente está auxiliando a criar as ferramentas para melhorar a gestão das duas instituições”, frisou.
A capacitação em informática foi promovida dentro da própria comunidade. A primeira turma contou com a participação de 12 indígenas, entre jovens e adultos, que aprenderam técnicas e ampliaram seus conhecimentos acerca da tecnologia – importante instrumento para os planos de negócios futuros da Apiwtxa.

Foto: Yara Piyãko
Outras formações e novas áreas também já estão sendo construídas, como a mecânica. Cada passo é pensando junto a comunidade, observa Marina Jardim. “Tanto a associação quanto a cooperativa já têm um fluxo de trabalho muito forte. De modo que a gente [consultores] está apenas ajustando, tentando aprimorar para que as coisas caminhem mais rápido e possamos registrar a memória. Nada veio pronto e acabado. Nós trouxemos o nosso conhecimento e juntamos aos saberes e cultura do povo Ashaninka. É importante enfatizar que tudo que tem aqui já está estruturado, já foi construído tá muito bem construído”, endossou Marina.
Esta matéria foi escrita com produção e informações de Yara Piyãko, estagiária da Associação Apiwtxa e participante da Oficina de Comunicação, realizado por meio do projeto Nossas Futuras Florestas – Amazônia Verde, parceria da CI Brasil com a Apiwtxa.
O projeto Nossas Futuras Florestas – Amazônia Verde está trabalhando para conservar até 12% da Amazônia (cerca de 73 milhões de hectares) até 2025. Apoiado pelo governo francês, o projeto é uma das prioridades de conservação da Aliança para a Proteção das Florestas Tropicais, uma iniciativa para a proteção, restauração e manejo sustentável das florestas tropicais.