Promovido pela Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/AC), o encontro que reuniu comunidades indígenas e extrativistas de Marechal Thaumaturgo, no Centro Saberes da Floresta Yorenka Tasorentsi, no fim de março, discutiu e pactuou o Plano de Trabalho de 2022 do Projeto Aliança entre Indígenas e Extrativistas pelas Florestas no Acre.
A iniciativa visa implementar a gestão territorial integrada de nove Terras Indígenas e três Unidades de Conservação no Acre por meio de ações de proteção e monitoramento territorial, dando continuidade e fortalecendo alianças entre povos indígenas e populações tradicionais, segurança alimentar sustentável, empoderamento de mulheres e jovens. O projeto organiza-se para que as populações atuem em conjunto e enfrentem ameaças locais, destacando a contribuição dos territórios e das populações para a mitigação das mudanças climáticas.

Foto: Yara Piyãko
O Aliança entre Indígenas e Extrativistas pelas Florestas no Acre se dá por meio de um consórcio entre a CPI-Acre, a SOS Amazônia e o Instituto Catitu, tendo como financiadores a Norway’s International Climate and Forest Initiative (NICFI) e a Rainforest Foundation Noruega, é o que explica a secretária executiva da CPI, Vera Olinda Sena de Paiva.
“Um dos resultados desse projeto é fortalecer a gestão territorial e ambiental, ajudando a reconectar a aliança entre indígenas e extrativistas pela defesa e pela proteção da floresta. Marechal Thaumaturgo está sendo colocado como município referência. Nós fizemos o primeiro encontro de 2022 para pactuar o Plano de Trabalho, com essas finalidades: a gestão territorial integrada e a reconexão de alianças e a proteção dessa floresta”, frisou Verinha.
A comunidade Ashaninka da aldeia Apiwtxa participou deste encontro, dando sua contribuição de união entre os povos. Segundo o vice-presidente da Associação Apiwtxa, Moisés Piyãko, a aliança dos povos da floresta permanece viva. “Nós firmamos uma aliança familiar que envolve toda a comunidade, mostrando força e resistência dos conhecimentos unificados. Os saberes da floresta estão em cada um de nós que vive nela, é a continuidade dessa aliança. Estamos aqui juntos novamente para que possamos enxergar o que já foi feito. A aliança dentro do Apiwtxa continua com o mesmo brilho e o que precisa é que vocês enxerguem que esse brilho também ilumina vocês”, destacou.

Foto: Yara Piyãko
A presidente da Cooperativa Ayõpare, Dora Piyãko, observou a importância da organização para a comunidade. “Hoje nós estamos trabalhando com 170 sócios e todos eles trabalham em conjunto, incluindo mães, mulheres e homens. A Cooperativa para nós foi um fortalecimento e uma segurança para mantermos a nossa cultura, mantendo a nossa autonomia”.
Em sua fala, o presidente da Associação Apiwtxa, Wewito Piyãko, explicou o trabalho promovido pelo povo Ashaninka do Rio Amônia e como foi pensado o organismo. “A Associação a gente criou para que a gente pudesse se juntar e trabalhar o nosso território. Esse é o objetivo da Associação, a gente vem trabalhando com vários planos e projetos, pensando nosso espaço, nosso território, bem como nas fronteiras e comunidades vizinhas à nossa”, disse.
Esta matéria foi escrita com produção e informações de Yara Piyãko, estagiária da Associação Apiwtxa e participante da Oficina de Comunicação, realizado por meio do projeto Nossas Futuras Florestas – Amazônia Verde, parceria da CI Brasil com a Apiwtxa.

Foto: Yara Piyãko